sexta-feira, 29 de outubro de 2010

(festa)

a chuva montou um lago nas traseiras do jardim. apareceram gansos, contrataste dois cisnes, despejamos para lá os peixes dourados do aquário das meninas. viemos cá para fora os cinco, de fatos de banho, galochas e tu com uma sombrinha brasileira. fizemos uma dança da chuva. só pela dança, porque a chuva já lá estava.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

regresso

a casa é um regresso. uma construção de partidas e chegadas. braços abertos, rostos fechados, conforme. uma edificação de sombras, sustentada numa amálgama de cimento-sentimento-ressentimento e água de lágrimas. a casa, com todas as brechas, todas as fugas, todas as fendas, é o regresso que me traz, para sempre, a ti.

domingo, 10 de outubro de 2010

outono

o frio começa a entrar pelas frestas das janelas, às vezes um pouco de chuva empurrada pelo vento consegue penetrar pelas juntas, e é quase um alívio, depois do fogo do verão. a viagem vai ser agora um pouco mais anoitecida, um pouco mais fria, mitigada por um casaco mais grosso, uma respiração com bafo, uma caneca de chá fumegante que só bebo quando arrefece.