domingo, 18 de setembro de 2011

desta vez

e se a casa a que te traz o comboio não é afinal a tua casa? os trilhos são os mesmos, a estação onde desces é a mesma. mas logo aí, na estação, um vento de sentido contrário é um prenúncio que há algo de errado no teu regresso, desta vez. abrem-te a porta de casa e tu entras, reconheces nos rostos de todos todos os que esperas lá encontrar. mas a fechadura foi um pouco mais renitente desta vez. bebes o café pela tua chávena de sempre, os livros estão onde os deixaste da última vez, o gato continua aparvalhado na tua presença. mas, desta vez, as paredes estão diferentes. há novas divisões na casa onde tu jamais irás entrar.