segunda-feira, 7 de maio de 2012

sob as minhas veias corre um rio

Sob as minhas veias corre um rio
Rio de nada, nervos e aço
Subterrâneo, estranho e frio
Num leito estéril, seco, escasso.

Afluentes do desejo e do medo
Desaguam nesse rio já sem voz
Afogados nas águas de um segredo
Nascido na turbulência da foz.

Das margens crescem sonhos como teias
Prisioneiros de si mesmos nesse fio
Que tece, ensanguentadas, minhas veias.

Não há sonho que resista a esse rio.
Esperança arrastada pelas cheias
Que brotam, violentas, do vazio.

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