segunda-feira, 29 de junho de 2009

cais

quando parti, o cais foi quem me disse adeus. estou eternamente ligado a esse cais tosco e antiquado, a única coisa viva presente na hora da minha despedida. ele lá estava, imóvel mas resoluto na decisão de ficar ali a ver-me partir, a afastar, até que eu e ele nos apagassemos na distância um do outro. nas traseiras do cais (a entrada da velha estação), um pequeno jardim estranhamente bem arranjado e cuidado com amores-perfeitos de várias cores tinha-me saudado ao passar por ele. depois, o cais. nem o homem da bilheteira, nem os outros passageiros, nem a voz do altifalante. apenas o cais compreendeu que eu partia sabe-se lá para onde, sabe-se lá para regressar um dia ou não.

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